29 – “Cheers”
Depois de um dia cansativo, ser esculachado no serviço, brigar com a namorada e pisar na caca de um cachorro na rua, tudo o que você quer é beber algumas cervejas em um lugar onde todos conhecem seu nome. Este “estilo de vida” fez com que “Cheers” durasse por 11 anos e recebesse 28 Emmys ao longo do caminho. Um símbolo da importância de uma boa “gelada” na nossa vida.
Enquanto os protagonistas de “Its Always Sunny in Philadelphia” e “Grounded for Life” viravam do avesso tentando manter o funcionamento de um bar, o pessoal atrás dessa bancada quase nunca teve este tipo de problemas. “Quase”, porque esta é uma daquelas séries em que os problemas são levados a sério e todos os personagens tem lá seu grau de profundidade e importância tanto do lado dramático quanto humorístico.
Havia o dono do bar (e futuro cabeça da equipe de investigação do “CSI”), os atendentes, os músicos, os empresários, os milionários e até os lixeiros! Todos se encontravam no salão em que se passa 90% do seriado para viver romances e tragédias. Só quem não aguentou foi Frasier Crane, que fugiu para sua própria sitcom.
O seriado perfeito para esfriar a cuca e, ao mesmo tempo, se envolver em um enredo emocionante.



28 – “News Radio”
Até agora, você viu algumas das melhores séries já feitas dentro diversos subgêneros da comédia. A partir deste momento, “News Radio” estreia na lista aquelas que criaram estes seguimentos.
Em 1995, o crível e ao mesmo tempo atordoante seriado surgiu para abalar algumas normas preestabelecidas. Por exemplo: quem disse que uma história sobre uma equipe de radialistas deve se passar dentro de uma estação de rádio? No encerramento da terceira e quarta temporada, os escritores disseram “dane-se, a partir de agora os personagens são a tripulação de uma estação especial do Titanic”. Literalmente, o roteiro manteve todos os funcionários da rádio WNYX em sua respectiva hierarquia e os transportou para cenários completamente absurdos. Por que? Bem, “por que não?”, como diria o saudoso Phil Hartman (24 de setembro de 1948 – 28 de maio de 1998), que interpretou um jornalista tão cretino que chegou a ser ameaçado enquanto caminhava pelas ruas de Nova York.
Parece que, além de entreter, “News Radio” deixou algumas pessoas realmente confusas.



27 – “Eu, a Patroa e as Crianças”
Esta é uma daquelas séries que todos, que tinham a oportunidade de almoçar enfrente a uma TV que só passava canais abertos, conhecem de cabo a rabo. Piadas sobre a proporção da cabeça de Michael Junior e o jargão “ahmmm, não!” conseguiram se tornar mais populares do que os da novela das 21 horas – e isto não é pouco coisa.
Contudo, o maior mérito da série foi conseguir unir a temática de “chefe da casa durão” de “According to Jim” com abordagens sinceras sobre assuntos dramáticos, como “Um Maluco no Pedaço” fez tão bem em certos episódios. “Eu, a Patroa e as Crianças” é sobre uma família que tenta levar a vida com o bom humor que todos nós gostaríamos, no entanto, isso não impede constantes pisadas na bola por parte de todos os seus membros. O importante não eram os erros cometidos, mas como eles se uniam para resolver a situação.
Por mais que Michael Kyle gostasse de pregar peças em seus próprios filhos e esposa, sua família era unida e sempre sorridente. Talvez seja esse otimismo que fez com que tantos lares brasileiros se identificassem com o seriado.



26 – “M*A*S*H”
Muitos clamam que este era o primeiro drama médico da história da televisão. Outros, dizem que foi aquele que deu o pontapé no humor negro na telinha. A verdade é que o único gênero de “M*A*S*H” é… “M*A*S*H”.
Como a música depressiva da introdução já indicava, o conteúdo deste seriado não era dos mais alegres. Afinal, a menos que você seja um sádico, é impossível cogitar que um seriado que se passava na sangrenta Guerra da Coreia pudesse ser só risadas e alto astral. Assim como muitas produções da época (1972), o filme mostrava desgraças de confrontos passados para reivindicar contra a Guerra do Vietnã.
Mas se “M*A*S*H” conseguiu uma colocação tão alta no Top 100: Melhores Séries de Comédia do Blog Pop de Séries e TV é porque algo de engraçado ele tinha. De fato, o time de produção entrevistou diversos militares especializados em medicina que lutaram nos campos de batalha para inspirar o roteiro dos episódios, mas sempre tentavam ver o copo “meio cheio”. A série conseguia apontar o crescimento e otimismo que a equipe médica móvel carregava e conquistava a cada dia.
Fazer o público rir em um cenário de tanta desgraça não é para qualquer um.



25 – “Escolinha do Professor Raimundo”
Se “News Radio” viajou no tempo e espaço, Chico Anysio trouxe a “Escolinha do Professor Raimundo” das frequências AM para a imagem e cor da televisão.
A ideia de imergir as pessoas em uma sala de aula irreverente surgiu na década de 1930, quando o humorista Nhô Totico estreou na rádio EPR a Escolinha da Dona Olinda. Os contos narravam as tentativas de uma professora em tomar as rédeas e educar uma classe de três alunos: o bom, o mal e o feio, por assim dizer.
Chico Anysio continuou o sucesso com sua própria voz durante muitos anos, até que, em 1957, a TV Rio decidiu contratá-lo para uma versão televisiva como um bloco do programa “Noites Cariocas”. A audiência foi crescendo, assim como a oferta de outros canais. Diversas reformulações foram feitas na ideia original, com comediantes de diversas personalidades aumentaram o tamanho da sala de aula até que, em 1988, a atração chegou ao ápice. Seu Peru, Sandoval Quaresma, Seu Boneco e tantos outros personagens consolidaram o gênero como uma das obras originais mais criativas da comédia brasileira.
Não é à toa que, até hoje, o formato é copiado na cara dura.



24 – “The Big Bang Theory”
No início, “The Big Bang Theory” mostrava ao grande público todas as manias e obsessões dos nerds ao redor do planeta, sempre apontando as curiosidades desse universo de forma bem-humorada. Mas o que acontece após cinco anos de convívio, quando os “costumes esquisitos” passam a ser hábitos compreensíveis?
Reinventar uma fórmula quando seu principal artifício não chama mais tanta atenção é uma manobra perigosa, mas o produtor Chuck Lorre provou sua habilidade mais uma vez ao fazer cinco boas temporadas sobre um tema tão específico. Leonard, Sheldon, Howard e Raj evoluíram no decorrer dos anos, porém o brilho que os fazem se destacar na televisão nunca apagou.
“The Big Bang Theory” transformou estranhos em amigos e um público observador em espectadores que torcem e se emocionam com os personagens. Um fato inédito na televisão, que deve ser devidamente reconhecido.
Ah, e claro, mais uma coisa: bazinga!



23 – “TV Pirata”
A Inglaterra teve “Monty Python”. Os Estados Unidos, “Saturday Night Live”. E o Brasil? “TV Pirata”!
Assim como as duas coletâneas de quadros humorísticos desrelacionados que o inspirou, o programa apelava para o lado da comédia que hoje nosso país tanto hesita em criar – o humor mais negro e nonsense que a Rede Globo já teve culhões de transmitir.
Laerte, Glauco, Luís Fernando Veríssimo, Helio de la Peña e tantos outros saudosos comediantes se reuniam para escrever no papel todas as suas conversas de bar (por mais alucinadas que fossem) e então tentavam adaptá-las para a televisão. Se você acha que o Brasil nunca teve um “Family Guy, está errado.
Este incrível encontro da crítica com o descompromisso você confere aí embaixo.



22 – “Kids in the Hall”
Como você pôde ver, alguns dos países mais parrudos quando o assunto é humor tiveram seus próprios “Monty Pythons”. Apesar do Canadá não se enquadrar como um “polo da comédia” – mesmo tendo exportado alguns de seus maiores reis (Jim Carrey que o diga) – alguns de seus mais brilhantes artistas decidiram produzir um programa de quadros sem pé nem cabeça que deixaria muitos outros no chinelo.
Unidos em um mesmo estúdio, essas “crianças” escreveram pequenos contos que criaram uma legião de fãs ao redor do Globo. Estar na frente dos estadunidenses e brasileiros em uma competição dessas não é para qualquer um, não é?
Infelizmente, “Kids in the Hall” nunca foi um projeto “sólido”. Após o sucesso da primeira temporada, alguns de seus principais integrantes aceitaram um convite da NBC para roteirizar o “Saturday Night Live”, enquanto outros partiram para a carreira nos stand-up shows. Periodicamente, se reuniram para filmar um ou outro bloco, mas até hoje há muitos esperançosos que creem em um retorno triunfal da trupe.



21 – “Eastbound & Down”
Sair da glória e cair no ostracismo não é uma coisa legal. Se você é um arrogante que não tem nenhuma palavra no vocabulário que não seja de baixo calão, a queda é ainda mais dolorida.
Esta é a situação que o ex-jogador profissional de baseball Kenny Powers tem que superar em “Eastbound & Down”. No entanto, ele consegue piorar o cenário sempre que tenta fazer um plano estupendo para reconquistar os holofotes “pelas bolas”, como costuma dizer. Com Will Ferrell assinando a produção, você não pensou que algo daria certo, não é?
Quando você estiver se sentindo péssimo, assista à esta comédia para perceber o quão sortudo realmente é.



20 – “30 Rock”
Criado pela mestre da comédia Tina Fey, auxiliada por um punhado de (bons) ex-integrantes do “Saturday Night Live”, “30 Rock” é uma paródia com os bastidores dos seriados de televisão que recebeu a reverência de algumas de suas maiores lendas. Quando Jerry Seinfeld aponta para uma série e diz que ela é sua substituta nas telinhas, quem sou eu para questionar?
O nome do programa faz referência ao edifício da NBC em Nova York, o arranha-céus aonde a fictícia equipe que protagoniza a série tem que lidar diariamente com atores com síndrome de estrelinha, chefes que se acham os senhores da comunicação, convidados rabugentos e todo o tipo de pessoas inconvenientes que você pode imaginar.
Mas nem tudo foi fácil para Tina Fey e sua trupe. Assim como Chuck Lorre ficou com os cabelos brancos de preocupação pela possível estagnação de uma temática tão irreverente, “30 Rock” também corria o risco de se tornar monótono com o tempo – e diferente de séries de grupos de amigos ou famílias felizes, é difícil revolucionar um ambiente de trabalho com toques emocionais. Contudo, a produção escondia uma carta na manga: suas próprias caras.
Para o bem ou para o mal, o seriado faz graça com a repercussão de seus atores na mídia. Foi tirando sarro da TV que “30 Rock” conseguiu revolucioná-la duas vezes em uma só tacada.