59 – “Mike and Molly”
Chuck Lorre é o mais novo rei da comédia, não da para negar. Pena que o produtor por trás de “The Big Bang Theory” e “Two and a Half Men” não conseguiu difundir seu último trabalho entre o público com tanto sucesso quanto a saga dos colegas nerds ou dos irmãos que vivem (ou melhor, viviam) em relação de amor e ódio.
Contraditoriamente, “Mike and Molly” tem humor leve. Uma pena que a audaciosa intenção de colocar um casal gordinho nos holofotes não agradou a todos os telespectadores. Se você gosta de comédias românticas, definitivamente deveria dar uma chance a essa série, com ou sem gordurinhas extras.




58 – “Family Ties”
Você sabe de onde saiu Michael J. “De Volta Para o Futuro” Fox? Todos se lembram do ator como o aventureiro McFly, que em certa manhã dos anos 1980 resolveu embarcar em uma viajem pelo tempo ao lado de Dr. Brown, mas apenas aqueles com mais memória reconhecem o seriado “Family Ties”, ou “Caras e Caretas”, como foi bizarramente batizado por aqui.
Não é fácil esquecer os conflitos diários de uma família com valores literalmente invertidos: enquanto os pais eram “descolados” e liberais, seus filhos seguiam os bons costumes conservadores.





57 – “I Love Lucy”
Lucy era insuportável! Você continuaria casado com uma dona de casa que tenta fazer com que você perca o emprego todo santo dia? Sempre que assisto a um episódio dessa que foi uma das primeiras sitcoms do mundo me pergunto de onde o cantor Rick Ricardo tira tanta paciência.
Foram exatamente as pentelhices de Lucy que trouxeram uma aura de inocência e diversão quase incomparáveis à comédia dos anos 50. E não foi só em seu estilo que “I Love Lucy” se tornou pioneira: ela foi a primeira série de TV a ser gravada em filmes ao invés da técnica do kinescópio.





56 – “Workaholics”
Tire seus pais da sala porque “Workaholics” é uma série pesada. Irônica até no título, a comédia narra a vida de três amigos que têm tudo em comum: moram juntos, trabalham em uma detestável agência de telemarketing, não têm maiores ambições e só pensam em mulheres, festas e… maconha.
Se alguém “mais vivido” do que você lhe der lição de moral por estar assistindo a uma série tão errada, mostre o ponto positivo: por mais fracassado que sejam, pelo menos os amigos sabem viver o momento.





55 – “Mad About You”
“Tell me why, I love you like I do”… Não basta serem engraçadas. Algumas séries estão nesta lista por abordarem o humor de forma corajosa, outras pelo seu valor histórico. Um dos motivos para “Mad About You” ter conseguido aparecer por aqui foi seu tema musical de abertura, mais grudento que o mais pegajoso dos chicletes.
Todavia, “Mad About You” tinha muito a oferecer além da trilha sonora viciante: ela é a comédia romântica perfeita. Se você está procurando por um programa para assistir coladinho com sua namorada, deixe “Workaholics” para outra hora. Paul e Jaime Buchman serão sua melhor escolha!





54 – “Everybody Loves Raymond”
Pode ser que nem todos amem Raymond, mas estou certo que não são poucos os que invejam seu estilo de vida. Esta é uma daquelas séries em que problemas financeiros ou o par de meias que está apertado demais são tratados com o mesmo nível de preocupação, um mundo em que, no final, tudo sempre dá certo.
Com a fórmula da família feliz, o que resta é a criatividade em criar situações interessantes o suficiente para prender a atenção dos telespectadores – e isso “Everybody Loves Raymond” fez de olhos fechados.






53 – “Cilada”
Agora com fama também no cinema, “Cilada” é uma excelente crônica. Talvez uma das melhores já baseadas no país.
A série narra o dia a dia de um sujeito comum, que leva uma vida como qualquer outro. Contudo, as situações cotidianas são tratadas de forma tão caricata que é impossível rir da desgraça que você enfrenta todos os dias. Como diz o ditado popular, pimenta no “olho” dos outros é refresco!





52 – “Larica Total”
A Multishow é uma emissora com boas ideias. Com certa frequência, ela traz algumas atrações europeias como experiência para ver se elas funcionam por aqui – assim como, mais raramente, se arrisca em produzir séries com um humor diferente. “Larica Total” é um bom exemplo.
Os poucos que estão familiarizado com esta série sabe o quão engraçada ela é. Faça o teste e pergunte para seus amigos.
Metade “sitcom”, metade programa de culinária para solteiros que não ligam para ingredientes finos ou métodos complexos de cozimento, “Larica Total” pode ser encarado até mesmo como um guia de sobrevivência para quem mora sozinho.





51 – “Blossom”
Adolescentes costumam agir como animais de rua tentando ser domesticados. Egoístas, hostis e de certa forma despreocupados com o que acontecerá com eles daqui a um mês, vivem conforme a vida os leva e atacam quem tentar quebrar esta rotina. Nos anos 90, a simpática Blossom não teve tempo para experimentar esta fase em sua totalidade.
A garota vivia com seu pai e dois irmãos, um deles envolvido com drogas. Dá até para considerá-la a pessoa mais madura da casa.
Entretanto, enfrentar problemas de gente grande desde tão cedo não a impediu de passar por alguns momentos engraçadíssimos. A comédia se fundiu com a tragédia nesta série que foi a melhor amiga de muitos adolescentes dos anos 90. Oh, wow!


50 – “Agente 86″
A primeira paródia do famoso diretor Mel Brooks (“Space Balls”, “As Loucas Aventuras de Robin Wood”) a emplacar foi na TV e não no cinema. É o “James Bond” esforçado, porém encanado, quem marca o ponto médio de nossa lista.
Brooks apenas cogitava começar a produzir “Agente 86″, pois tinha algumas outras ideias em jogo. No entanto, assim que pôs os olhos em Don Adams não teve mais nenhuma dúvida quanto ao tema ou ao ator que protagonizaria sua visão bem-humorada dos filmes de espionagem das telonas. A partir daqui, o humor começou a ficar realmente criativo.


49 – “Curby Your Enthusiasm”
Muitos desconhecem o fato de que o comediante Jerry Seinfeld não foi o único responsável por criar as piadas de sua série: o ator/escritor/diretor/produtor Larry David teve grande influência na sua criação. A autenticidade desta afirmação é provada em “Curby Your Enthusiasm”, a comédia “mais Seinfeld” que existe hoje.
O programa narra um cotidiano fictício na vida de Larry, que também é a estrela do show. Na versão da televisão, seu dia a dia é repleto de sombras de seus antigos trabalhos, lembranças que não o deixam viver da forma relaxada que sempre quis. Esta é uma daquelas criações pessimistas e autodepreciativas que te faz rir de vergonha alheia. Se você curte o gênero, talvez esta seja a série norte-americana de humor que mais pode lhe agradar.




48 – “Scrubs”
Depois do imenso sucesso de “Plantão Médico” (ou “ER”), “Chicago Hope” e outros seriados hospitalares mundo afora, era iminente o surgimento de uma paródia sobre os dramalhões médicos.
No entanto, “Scrubs” não é inteiramente uma comédia. De fato, a produção abusa do humor negro e de momentos abstratos inesperados, tudo com a intenção de ambientar o telespectador na mente do protagonista paspalhão J.D. Por mais que o Pronto Socorro se torne um cenário tenso e a vida pessoal do médico novato vire de ponta cabeça, são as piadas bem boladas e cheias de referências à cultura pop que nos deixam alheios ao verdadeiro caos abordados nos episódios.
Uma sitcom com tom existencialista.




47 – “The Nanny”
“The Nanny” conta a história de uma vendedora de cosméticos que cai de paraquedas na vida de um dos maiores produtores musicais da Broadway, Mr. Shefiled, um viúvo que perdeu o jeito com as mulheres e apenas queria criar seus três filhos na tranquilidade de seu lar. A química entre os personagens foi tão bem escrita e encenada, que rendeu muitos prêmios à comédia durante os anos em que se manteve no ar.
Se troféus importam bastante para você, “The Nanny” é uma das maiores recomendações que posso lhe dar.




46 – “That ’70 Show”
A década de 70 foi uma época em que os norte-americanos resolveram enxergar o mundo com uma mentalidade mais liberal, longe dos “velhos costumes”. Durante a explosão cultural desse momento da história dos Estados Unidos, uma nova sociedade começou a se moldar. Como os jovens reagiram sendo a primeira geração a “pensar com suas próprias cabeças”? Esta é a questão abordada com seriedade pela mídia e com muito humor pelo entretenimento. Este seriado não fugiu à regra.
Criado em 1998, “That ’70 Show” narra o cotidiano de um grupo de jovens em um período em que drogas e libertinagem se tornaram opções válidas como estilo de vida, ao mesmo tempo em que sofriam pressão para seguir os passos regrados e produtivos de seus pais.




45 – “King of Queens”
O casal Doug e Carrie tem uma vida boa, apesar do homem da casa ser obrigado a conviver com seu sogro neurótico. Um pequeno empecilho que (geralmente) não atrapalha a vida boêmia de cidadãos da classe média, no entanto, esta é uma daquelas séries em que o gramado do vizinho é sempre mais verde.
Por uma razão ou outra, sempre surge algo para tirar seus focos da vida cotidiana. Às vezes, as circunstâncias os levam a criar planos mirabolantes em busca de um aumento ou até a ajudar um amigo em necessidades. É claro que a bomba geralmente explode em suas próprias mãos, deixando-os apenas com uma pequena lição de moral.
Sabe aquela série boa de se ver comendo uma pizza em família num sábado à noite? Este é o rei deles.




44 – “A Grande Família”
Lineu, Nenê, Agostinho, Bebel e Tuco são nomes facilmente reconhecidos em boa parte dos lares brasileiros. Há exatos dez anos esta família é o maior representante de sitcoms no Brasil e, de fato, é um exemplo a ser seguido.
A trama é um “remake” da série da década de 70, em que cada episódio é introduzido de forma amistosa. Ela sempre surpreende a maneira que consegue reunir um elenco tão grande em um só arco de histórias.
São dispensáveis os comentários sobre o apego que muitos têm pela “Grande Família”, mas você sabia que o reconhecimento chega ao ponto internacional? Em 2008, o ator Pedro Cardoso foi indicado ao Emmy pelo seu trabalho como Agostinho. Parece que os gringos gostam bastante da Rede Globo.




43 – “Community”
“Ágil”! Foi assim que Ronaldo D’Arcadia – um amigo aficionado por “Community”, que escreve para o POP Games – resumiu o motivo pelo qual a comédia universitária merece a quadragésima terceira posição no Top 100.
Com Chevy Chase, o excêntrico rei do humor dos anos 80, interpretando o diretor deste colégio, não havia como esta experiência acadêmica não resultar em gargalhadas. O diferencial fica por conta da sua “abordagem inconsequente” no cotidiano escolar. Assim como no desenho animado “South Park”, personagens que morrem em um episódio, aparecem com a mochila nas costas na semana seguinte – isto torna esta produção uma das mais jovens e inovadoras da TV. Indicada para quem procura um programa novo o bastante para começar a acompanhar sem medo de ter perdido muitas tramas importantes e que possui uma base de fãs grande o suficiente para garantir muitos anos de vida.




42 – “Spaced”
Seja na área de comédia, ação ou drama, os britânicos no geral não tem o mínimo de medo para criar seriados sob sua própria perspectiva e foi assim que nasceu “Spaced”. A trama faz piada com a vida nerd – principalmente àqueles que amam subcultura da ficção científica – e mescla o surrealismo das óperas espaciais com a caça por um apartamento. Além disso, este foi um dos trabalhos principais por lançar Simon Pegg e Edgar Wright à fama.
Se você gostou de “Está Todo Mundo Morto” e “Scott Pilgrim Contra o Mundo”, saiba que provavelmente nenhum deles jamais seria criado se não fosse por “Spaced”. Sentiu o peso de sua importância?




41 – “Father Ted”
Por falar em humor europeu, “Father Ted” é outro exemplo de ousadia em forma de série na televisão – e é a única de raiz irlandesa em toda a lista.
Pense bem: existe premissa mais tentadora para o humor negro do que a vida diária de um grupo de padres católicos? É com esta intenção que esta comédia conquistou muitos prêmios durante seus curtos três anos de duração. Estrelado por ex-agiotas, desordeiros e alcoólatras que decidiram largar seus pecados e se dedicar ao clero, as situações expostas são impróprias para quem opta pelos bons costumes.
Temos um exemplo breve quando surge um rumor de que o “padre Ted” (o mesmo do título) é racista, notícia que se espalhar pela fictícia ilha onde a história se passa. Ao invés dos moradores criticarem sua conduta inapropriada, eles visitam o monastério para aplaudir sua coragem e determinação. Acho que agora você já tem uma boa ideia do que esperar…




40 – “Saturday Night Live”
Enfim, uma das decisões mais polêmicas da lista, porém, não é menos contraditória do que a própria trilha que “SNL” decidiu percorrer. Em seu nascimento, no longínquo ano de 1975, este tradicional bloco de piadas dos EUA se tornou a maior fonte de risadas e astros de comédia no país. Para mostrar o quanto seu passado foi glorioso, basta dizer que seu elenco já foi integrado por nomes como Adam Sandler, Jim Carrey, Mike Myers e Bill Murray.
No entanto, hoje “Saturday Night Live” vive no extremo oposto do que já foi um dia. Com exceção de alguns quadros hilários protagonizados por Andy Sandberg e Kristen Wiig, mais do que 90% de suas piadas podem ser comparadas ao nosso “Zorra Total”. Sim, é tão ruim assim!
A quadragésimo colocação é o resultado deste ingrato histórico: se “SNL” tivesse morrido há dez anos, garanto que ele estaria em uma posição muito mais prestigiada.